terça-feira, 22 de maio de 2018

AS POLÍTICAS PÚBLICAS E OS RECURSOS HÍDRICOS

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Aprendemos na escola que o Brasil possui 13% de toda a água doce superficial do planeta. Parece muito, mas não é. A água doce corresponde apenas a 3% da água total e desta porcentagem,  0,5% está em rios e lagos e 13% disto é nosso, é do Brasil. Resumindo: temos muito de nada. E para piorar ainda mais a situação, 80% desta água está na região Norte, na Amazônia. As regiões mais populosas do Brasil, o Sudeste e o Nordeste são exatamente as que possuem os menores volumes de água superficial. Estas regiões também apresentam distribuição das chuvas muito irregular durante o ano com altos índices pluviométricos que permanecem por poucos meses, com o restante do ano praticamente sem chuva. Associado a estas informações não muito boas, são as regiões que apresentam os maiores índices de degradação ambiental envolvendo o desmatamento e a erosão dos solos. Além de todos estes problemas, segundo o Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento, o SNIS, 65% de todo nosso esgoto bruto é despejado dentro dos rios e córregos, contaminando as águas e os animais aquáticos, impedindo que nossos mananciais hídricos possam ser utilizados como áreas de lazer e diversão. E exatamente esta água é captada e tratada para abastecimento de nossas residências, ou seja, literalmente estamos bebendo a água negra que saiu de nossas privadas com fezes e urina e foi direto para os rios. É claro que ao chegar nas estações de tratamento, a agua é tratada e desinfectada com cloro, mas a origem....
Após décadas da falta de gestão pública e planejamento do uso dos recursos hídricos, de descaso com o ambiente e o uso indiscriminado da água atingimos o clímax do estresse com o racionamento de água para a população. Apesar da existência há mais de 20 anos da Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9433 de 1997), a sua execução está longe de ser realidade.  Existem casos de sucesso no Brasil pela sua implementação, mas ainda é muito pouco perto do tamanho do nosso problema hídrico. Mais do que recursos, falta vontade política para mudar este quadro preocupante que vivemos. Enquanto isto, vamos vivendo sobre a negra sobra do racionamento.

2 comentários:

domcabeza disse...

Achei que aquela obra que desvia parte do paraopeba para os reservatórios de BH fosse suficiente para 20 anos.

agroambiental2000 disse...

Alternativa importante por conta do crescimento populacional, de consumo e redução da vazão...

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